Em artigo no Sunday
Review of the New York Times (17 de agosto de 2014) C. Bradatan escreveu sobre
a dificuldade que temos de atentar para as circunstâncias que nos afetam:
“Sócrates tornou-se um estranho em sua própria cidade, mas não se mudou
para outra. Tornou-se “átopos”, que siginificava “fora de lugar”, mas também
“perturbador” e “intrigante”. Ser átopos é crucial se você quer ser um filósofo
sem meias palavras como era Sócrates. Em cada comunidade há algo que deve ficar
sem ser dito, sem nome, incomunicável. E você indica que participa dessa
comunidade precisamente porque participa do silencio geral. Revelar tudo, ...,
é o trabalho do estrangeiro. Seja porque estranhos não conhecem as regras da
cultura local, seja porque não se espera que as respeitem, estrangeiros podem
se dar ao luxo de falar à vontade”. (Sunday Review, p. 12).
Ser incapaz de descrever as contingências
sociais que governam as regras de convivência na cultura é resultado de ter se
tornado humano nessa cultura. Quando o grupo nos ensina o que pode der dito e o
que não pode, também nos ensina o que pode ser pensado e o que não pode. O “conhece-te
a ti mesmo” do mesmo Sócrates poderia ser reescrito como “para conhecer a ti
mesmo conheça primeiro a cultura que te formou”. O papel da Análise do Comportamento
é o de nos ajudar a exercer o contra
controle, e para isso é necessário conhecer o que nos controla e como esse
controle é exercido, na família, na escola, no trabalho, no clube, na igreja,
nos tribunais, nas redes sociais, nos governos.
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Átopos, talvez tenha encontrado aqui a palavra que melhor pode me definir nesse instante trabalhando com Análise do Comportamento no campo da formação de professores.
ResponderExcluirÉ como se sente o professor que ensina psicologia como ciência natural cercado por professores e muitos alunos que não aceitam eese ponto de vista.
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