O ambiente
de paz na escola é um produto da colaboração de alunos, suas famílias,
professores, dirigentes, funcionários e da comunidade afetada pela violência
gerada na própria escola. O rendimento acadêmico depende de um ambiente de paz,
para o qual contribui até a arquitetura do local. Em grande parte, os
professores, funcionários e alunos já são de início agredidos pelo ambiente
físico. Tudo contribui para o circulo vicioso da violência e do baixo
rendimento escolar.
Em
2010 comecei a elaborar um projeto sobre violência nas escolas. Sou analista do comportamento, um behaviorista
interessado em estudar práticas culturais, e dentre estas, metacontingências.
Não é surpresa, pois, que o projeto se apoie no conceito de ambiente de paz
como produto agregado, resultante de incontáveis comportamentos interligados,
da colaboração de todas as pessoas envolvidas. Mas eu já estava
muito doente e tocava a vida e o trabalho à custa de medicação excessiva. Já em
1998 havia sido diagnosticada minha DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica),
incluindo enfisema (severa ou severíssima, dependendo do médico), bronquite
crônica, asma de esforço e asma alérgica. O especialista foi categórico:
aposentadoria e permanência em casa com pelo menos 18 horas diárias respirando
oxigênio para compensar a insuficiência pulmonar. Não gostei. Achei um exagero,
pois além de coordenar o Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária do
Incra eu levava uma vida mais ou menos agitada, incluindo golfe nos fins de
semana. Apesar de gripes e uma pneumonia, considerei o diagnóstico um exagero e
continuei a trabalhar, sem uso de oxigênio e aumentando o uso de corticoides e
de antibióticos.
Um
perigo constante para doentes crônicos é a automedicação. Ao longo dos anos fui
controlando o cansaço no golfe usando um carro elétrico ao invés de andar e
mais tarde levando um tubo de oxigênio no carro para conseguir terminar pelo
menos metade de uma partida. Em 2008 a saúde começou a piorar. Eu deveria ter
parado com tudo, finalmente seguindo a receita do pneumologista de 1998.
Teimoso, não parei. Em 2009 tudo começou a dar errado. Em 2010 eu já estava com
10 quilos acima do peso por retenção de água (uso contínuo de corticoides),
afastamentos por motivo de saúde ficaram mais frequentes.
O mal estar continuou
mesmo na UTI, quando acordei sem saber onde estava e o que tinha acontecido. A
recuperação levou quase dois anos. Hoje aprendi a sair de Brasília nos períodos
de ar muito seco e grande variação na temperatura e a ficar ao nível do mar o
maior tempo possível. Voltei a orientar alunos na UnB e a publicar com a
frequência costumeira. Já dá para pensar nos projetos que ficaram inacabados.
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