segunda-feira, 6 de julho de 2015

Análise custo-benefício de práticas culturais

Práticas culturais não mudam facilmente, por várias razões. Quando os comportamentos que caracterizam a prática são mantidos por coerção, uma análise custo-benefício de uma rebelião pode resultar em manutenção das práticas a longo prazo. No 4 de julho deste ano o jornal NY Times publicou em página inteira uma foto da Declaração de Independência dos Estados Unidos, que é encabeçada pelo título “ The unanimous Declaration of Independence of the united States of America” (atentar para o United em letra minúscula). Uma das razões para separar-se da Inglaterra mostra que as relações condicionais da análise do Comportamento já eram de certa forma implicitamente conhecidas da assembleia de representantes das treze Colônias: argumentam que quando o sofrimento não é intenso as pessoas se acomodam e aceitam a coerção, só se rebelam quando quem maneja as contingências exagera. A maior parte da Declaração é uma listagem dos exageros da Coroa Britânica, aqui vista como Agência de Controle no sentido skinneriano do termo.

Outro exemplo vem também de matéria no NY times de 5 de julho. No mundo inteiro todos reclamam do frio intenso dos ambientes com ar condicionado durante o verão. A reclamação é unânime, mas ninguém faz nada. Ou não fazia, até que alguém resolveu fazer pesquisa em uma empresa e descobriu que diminuindo o frio do sistema diminui-se também o número de empregados que adoecem, ao mesmo tempo em que a empresa economiza na conta de luz. Neste caso, quem reage ao exagero é a Agência de Controle (a empresa), os empregados estão tão acostumados ao controle aversivo que não ousam reclamar.






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