Não
adianta Hayes, Biglan e outros companheiros chamarem controle de influência; a
contingência em vigor continua funcionando do mesmo jeito. Já o chamado reforço
não contingente pode reforçar qualquer coisa, menos, ou até mesmo
eventualmente o comportamento que
deveria controlar/influenciar,/regular (aceitamos sugestões de verbos ainda
mais politicamente corretos).
Por
definição, se diz que uma possível consequência
é não contingente quando sua ocorrência independe do comportamento que estamos
examinando. Diz-se que há contingência quando esse comportamento e essa
consequência estão associados por uma relação condicional do tipo “se em tais e
quais situações esse comportamento ocorrer, então, dependendo de certas exigências,
essa consequência ocorrerá”. Quando há contingência há
controle/influência/regulação; quando não há contingência, nada está garantido.
Um
exemplo atualíssimo para quem não entende o behaviorês: o caso do “Minha Casa,
Minha Vida”. Esse programa do governo na verdade são dois; um deles é o MCMV
“Entidades”. No MCMV original, o
dinheiro é repassado para empresas de construção dependendo do andamento do que
é contratado – há contingência. No MCMV “Entidades” o dinheiro é repassado
periodicamente sem contingência, independentemente do andamento do que foi
contratado. Moral da história: no atual governo as “entidades” representativas
dos movimentos sociais atrelados aos partidos só entregaram cerca de 9 por
cento do que foi contratado, em contraste com 87% das empresas. Serão as
empresas mais honestas que os movimentos sociais? Ou será que consequências
contingentes controlam mais que repasses não contingentes?
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