Os
gráficos abaixo são da segunda edição do livro “Learning”, 1984, de A. C.
Catania, páginas 188-189 (do experimento de Rachlin e Green, 1972). A
preferência pelo reforço menos atrasado e de menor magnitude (“impulsividade”)
desaparece quando esse tempo do atraso para as duas alternativas é igualmente aumentado.
O assunto é tratado como um modelo experimental de impulsividade e
autocontrole, sem referência à equação generalizada de igualação (matching),
aplicada a situações como essa, de decisões, escolhas e preferências. Mas há um
senão, porém.
Ocorre
que atraso é a recíproca de frequência. Em um esquema de reforço de intervalo
variável de 1 minuto (VI 60s) cada resposta é reforçada em média a cada 60
segundos (1 R/60s). Logo, podemos dizer que o intervalo médio entre respostas
reforçadas é equivalente a um atraso de 60 segundos (60s/R).
......
R1/R2
= k (F1/F2)a (M1/M2)b
(Baum, 1974)
onde R se refere à medida de comportamento, F à frequência
do reforço, e M à sua magnitude. Os números identificam as alternativas, e as
letras a sensibilidade do comportamento aos parâmetros do reforço.
Se F
for a recíproca do atraso nos experimentos de impulsividade, os dados de
Todorov (1973) e de Todorov, Hanna e Bittencourt de Sá (1984, 1986) preveem que
a preferência pelo reforço de menor magnitude diminui quando a diferença entre
os atrasos diminui. Os expoentes encontrados para frequência (a) estão próximos
de 1, e para magnitude (b) próximos de 0.5.
Seria
mais razoável dizer que o modelo de Rachlin para autocontrole (Hanna &
Todorov, 2002) é um caso particular da Lei da Igualação (Matching Law,
Herrnstein, 1970).
Baum, W. M. (1974). On two
types of deviation from the matching law: Bias and undermatching. Journal of
the Experimental Analysis of Behavior, 22, 231-242.
Catania, A. C. (1984). Learning. 2nd Edition. Englewood Cliffs,
NJ: Prentice Hall.
Hanna, E. S. & Todorov, J.
C. (2002). Modelos de Autocontrole na
Análise
Experimental do Comportamento:
Utilidade e Crítica. Psicologia:
Teoria e Pesquisa, 18(3), 337-343.
Herrnstein, R. J. (1970). On the law of effect. Journal of the
Experimental Analysis of Behavior, 13, 243-266.
Rachlin, H. C., & Green, L. (1972). Commitment, choice and
self-control. Journal of the Experimental Analysis of Behavior, 17, 15-22.
Todorov, J. C.
(1973). Interaction of frequency and magnitude of reinforcement on concurrent
performances. Journal of the Experimental
Analysis of Behavior, 19, 451-458.
Todorov, J. C.
(1991). Trinta
anos de matching law: evolução na quantificação da lei do efeito. Anais da XXI
Reunião Anual de Psicologia, 300-314.
Todorov,
J. C. (2012). Quantificação da lei do efeito: o pressuposto da
relatividade. Em J. C. Todorov (Org.), A
psicologia como estudo de interações. Brasília: Instituto Walden4, 2012.
Todorov, J. C., Hanna, E. S.,
& Bittencourt de Sá, M. C. N. (1984). Frequency versus magnitude of reinforcement: new data
with a different procedure. Journal of the Experimental Analysis of Behavior,
41, 157-167.
Todorov, J. C., Hanna, E. S.,
& Bittencourt de Sá, M. C. N. (1986). Sensibilidade do
comportamento à magnitude de reforços: efeito do número de condições
experimentais com sessão longa. Psicologia.
Teoria e Pesquisa, 2, 226-232.
Bom dia professor, a alguns dias venho me interessando pela teoria comportamental da escolha, e de acordo com as pesquisas que fiz, constatei que ainda é um campo quase que predominantemente de pesquisa básica...
ResponderExcluirSinto uma carência de textos mais disseminadores e interpretativos dessa teoria, com uma linguagem mais próxima das pessoas que trabalham com isso, como psicólogos, pedagogos, marketeiros, vendedores, e pessoas leigas...
Gostaria de ler um texto mais simples e interpretativo (aos moldes do que o Skinner fez com Verbal Behavior) escrito pelo senhor que é o maior expoente dessa área, e que isso fosse fonte de inspiração para outros Analistas do Comportamento para fazerem o mesmo.
Obrigado pela atenção.