sábado, 27 de dezembro de 2014

Os “libertários" da presidente.


                Impressionado com a guinada à direita do governo Dilma lembrei-me do economista Paul Krugman e sua coluna sobre os “libertários” estadunidenses norte-americanos. Krugman referia-se a um artigo na revista Times, escrito por Robert Draper, que identificou o “libertarianismo” com economia de mercado e visão social permissiva: todo o poder ao capital e o povo que se vire.
                Ao repartir o governo, e com isso o poder, entre seu partido e os partidos da base aliada, a grande maioria dos cargos de confiança e os comissionados ficará com pessoas que, em termos de esquerda, “da missa não sabem a metade”. Têm um perfil de “libertários”. A militância petista ideológica vai ter que batalhar para manter o nível de recursos destinados à diminuição da desigualdade de renda e de oportunidades.
                George Hilton vai fazer o marketing global de sua igreja antes, durante e depois da Olimpíada no Rio em 2016. Sua tarefa não é diminuir a desigualdade de renda, é aumentar o capital da igreja.
                Aldo Rebelo e seu partido sempre foram isolacionistas com relação ao mundo “não comunista”. O que vai fazer em um ministério que só tem sentido enquanto promove a internacionalização dos pesquisadores? A indicação é salva em parte pela nomeação de Luís Fernandes para a Secretaria Executiva.
                O jovem Barbalho na Pesca é a personificação do nepotismo coronelista, é a Roseana do Jáder. Deu no NY Times que os velhos coronéis da política no Brasil estão saindo de cena, mas ao que parece Sarney só perdeu uma eleição, mas não a guerra.
                Cid e Ciro são dois neocoronéis à procura de um partido só deles. Kassab é outro. Vão acabar se encontrando. Os irmãos ficam com o Norte e o Nordeste, Kassab com o resto. Parece que o Brasil não pode ficar sem caciques.
                Mas voltando a Draper e libertários: Krugman afirma que felizmente a juventude americana parece estar convencida da vantagem de um governo mais forte e regulador da atividade capitalista. Acredito que nossa juventude também está. E é isso que a propaganda enganosa lhes vende como mais um governo do PT. A sigla já impôs respeito no passado. Acho melhor falar do governo Dilma.

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