Se não for, no último dia 9, no Caderno
2 da Folha de São Paulo, página C8, ele escreveu como se fosse:
“Seres humanos
são duas coisas ao mesmo tempo. São indivíduos fechados nas suas sensibilidades
e projetos e são uma multidão de relações que redefinem a experiência
individual, enfeixando todos e cada conjunto de elos sociais que os enredam em
totalidades. ... O lado individualista
é, como dizia Durkheim, regido pelo egoísmo, mas o egoísmo foi aprendido como
um valor na coletividade em que vivemos. Ninguém nasce feito e, embora existam
feixes nervosos universais, o que eles ajudam a transmitir são as mensagens que
aprendemos no grupo que nos fabricou e que se exprimem pela língua que define o
nosso mundo. Ninguém é um planeta ou uma ilha. Estamos todos na corda bamba,
que oscila entre a queda no fosso dos interesses pessoais ou no implacável chão
da honra coletiva. ”
Para quem
não conhece, aqui vai um exemplo do que escreve Skinner em “Ciência e
Comportamento Humano”, de 1953 (tradução publicada em 1967):
“No sentido
mais amplo possível, a cultura na qual um indivíduo nasce se compõe de todas as
variáveis que o afetam e que são dispostas por outras pessoas. O ambiente
social em parte é o resultado daqueles procedimentos do grupo que geram o
comportamento ético e a extensão desses procedimentos aos usos e costumes. ” ... “Os grupos especiais aos quais pertence –
do grupo de brinquedos ou turma de rua, até organizações sociais de adultos –
têm efeitos semelhantes. ”
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