Deu no NY Times: Na pequena cidade
de Menomonee Falls, Wisconsin, todas as escolas funcionam com um sistema
completo de avaliação por dados concretos, observáveis, como a sujeira dos
banheiros, o número de alunos punidos por infração disciplinar, e vários outros
números de inúmeras outras atividades, do menu no restaurante ao número de
letras que as crianças do maternal podem reconhecer.
No papel está tudo muito bem, parece um paraíso behaviorista.
Cada comportamento é medido pelos seus efeitos. O diretor não precisa
acompanhar pessoalmente o trabalho do faxineiro enquanto ele limpa o banheiro:
o que interessa é ver se o banheiro está limpo quando o faxineiro termina seu
trabalho. Quando o número de alunos punidos em uma classe aumenta, o diretor
não precisa observar o trabalho do professor para saber que alguma coisa está
errada. E assim por diante. O objetivo é sempre poder melhorar tudo, do
desempenho dos alunos ao percurso do ônibus escolar. Você pode achar que a
Análise do Comportamento finalmente chegou às escolas de Wisconsin, mas não é o
caso. A inspiração veio de W. Edward Deming, engenheiro e estatístico famoso na
área de Administração, que aprendeu com os japoneses a melhorar a qualidade de
seus produtos usando análise estatística e feedback de trabalhadores e
clientes.
Behaviorista ou não, a abordagem
usada em Menomonee Falls deu certo. Tão certo que atraiu críticas às quais os
analistas do comportamento estão acostumados: o método não mostra “todo o
cenário”, não leva em conta os “intangíveis”, “exacerba a cultura da avaliação”,
etc. A maior crítica, entretanto, não aparece na reportagem assinada por Motoko
Rich no NY Times.
Cada professor mantém um placar na sala de aula com a
distribuição de frequência das notas de seus alunos, sem identificação de quem
tirou qual nota. Ao publicar a
distribuição de frequência das notas o professor está reforçando o desempenho
dos melhores alunos e punindo o desempenho dos mais fracos, mesmo que apenas
cada aluno fique sabendo onde está no gráfico. Melhor seria um gráfico que
mostrasse como cada aluno melhorou, piorou ou ficou na mesma quando são
comparadas as notas com a avaliação anterior, e uma comunicação aos pais,
levada pelo aluno, sobre o progresso que fez desde a avaliação anterior,
independentemente de onde ele ainda está na distribuição de todas as notas
naquela avaliação.
Nada motiva mais que o sucesso, tanto mais importante quantos
forem os fracassos anteriores.
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