Por que não sou nem acetista nem
refetista? Porque sou analista do comportamento, sou behaviorista. O acetismo
e o refetismo são derivações não controladas de uma preocupação com a conquista
de nichos no mercado das psicoterapias. A Aceptance
and Commitment Therapy, mais conhecida como ACT, e a Relational Frame Theory, que também responde por RFT, são desenvolvimentos
que têm raízes na pré-história da Análise do Comportamento. São mais dois exemplos
recentes de casos de avanços teóricos que dão certo e depois viram senso comum
ou são apropriados por outras abordagens. Descobertas úteis resultantes de
pesquisa básica que se tornam práticas comuns bem sucedidas tendem a cair no
domínio publico, viram senso comum. Esse roteiro tem acontecido com frequência
na análise do comportamento.
A
aplicação da análise do comportamento a assuntos culturais tem um passado
longo, mas não tem história. Trabalhos pioneiros foram bem sucedidos, mas
tiveram pouco impacto fora da análise do comportamento – o impacto, quando
ocorreu, diluiu-se na linguagem do senso comum, sem referência aos conceitos
originais e aos autores que os criaram.
Computadores na educação.
Escreve-se sobre computer-aided
education sem se mencionar máquinas de ensino ou instrução programada. Diz-se
que são aplicações derivadas da Psicologia Cognitiva e das Ciências da
Computação. Nunca ouviram falar de Holland & Skinner?
Ensino à Distância (EAD).
Não se menciona os itens do exemplo
acima, nem o Sistema Personalizado de Ensino (PSI ou Plano Keller). Os esforços
de Fred Keller e Gil Sherman na Georgetown University (década de 70) foram
quase completamente esquecidos.
Hospitais Psiquiátricos.
Não estavam Ayllon e Michael
envolvidos com isso? No Brasil, o trabalho de Luiz Otavio de Seixas Queiroz em
Itapira foi esquecido.
Educação dos filhos.
Um psicanalista em uma entrevista no
rádio falando sobre educação dos filhos:
“...para eliminar birras, não dê
atenção para a criança enquanto ela estiver dando a birra...”
O que fizemos para mudar o mundo?
Skinner:
Máquinas de ensinar e computadores na educação. Proposta de contracontrole.
Keller:
Sistema Personalizado de Ensino mudando o material de leitura preparado para os
cursos e facilitando o ensino semipresencial.
Ayllon:
Precursor do movimento antimanicomial.
Ogden
Lindsley: Comportamento normal de pacientes psicóticos.
Sidman:
Procedimentos para o estudo experimental de fuga e esquiva.
Rapidez na aquisição de repertórios.
Herrnstein: Tudo é escolha, tudo é relativo.
Inspirações e Antecessores
•
Freud e a terapia
pela palavra.
–
Modelagem por
extinção.
•
Rogers, o
humanismo e a terapia centrada na pessoa.
–
Modelagem pelo
murmúrio.
Ainda nos anos 40 os conceitos de
repertório de entrada e de desenvolvimento de repertórios mais complexos a
partir dessa base com aproximações sucessivas do repertório final desejado
foram usados por Keller e Schoenfeld na
reformulação do ensino de psicologia experimental na Universidade de Columbia,
tanto na sequência de exercícios de laboratório quanto na organização do livro
texto para o curso.
À medida que cresce o prestígio de
Skinner junto ao público norte-americano, com entrevistas em rádios e jornais
de circulação nacional e fotografias nas capas das revistas Time e Life, cresce
também a revolta dos cognitivistas com seu artigo sobre as teorias da
aprendizagem.
Em 1955 Miller escreve o clássico “The magic number
seven plus or minus two” e lança as bases da psicologia experimental cognitiva.
Dizem que foi em resposta ao antimentalismo de Skinner em “Are theories of
learning necessary?”.
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