Agências de controle são pessoas
ou organizações encarregadas de incentivar, acompanhar e selecionar, pela
apresentação de consequências, determinados tipos de interação entre pessoas
e/ou organizações. Skinner definiu agências de controle como grupos dentro de
um grupo maior que controlam a programação e a efetivação de consequências para
certos comportamentos. Mesmo quando uma pessoa controla a apresentação de consequências,
como faz o terapeuta na psicoterapia ou a mãe na família, esse controle é
exercido segundo regras próprias das instituições legitimadas “psicoterapia” e “família”.
Qualquer que seja o grupo, qualquer que seja seu tamanho, esse grupo
exerce o controle sobre seus membros principalmente por meio de seu poder de
reforçar e de punir, de acordo com regras (relações condicionais entre
comportamentos e consequências) que definem o grupo. O conjunto dessas relações
condicionais caracteriza uma cultura.
Em qualquer grupo, organização, etnia ou sociedade, o conjunto de
relações condicionais (contingências comportamentais e metacontingências) é
resultado da evolução ao longo do tempo das interações entre pessoas. Na
espécie humana a maior complexidade dessas agências parece ter surgido há
12.000 anos, com a agricultura e o sedentarismo que se seguiu aos tempos movimentação
de coletores e caçadores.
Governo é uma das agências de controle mais antigas, sempre presente em
qualquer grupo, quer como um chefe, quer como um conjunto de instituições
governadas elas mesmas por uma constituição. Nas Ciências Humanas, certas
agências são alvo de estudos de mais de uma ciência, como a família (psicologia,
antropologia, sociologia, etc.) ou o governo (sociologia, ciência política,
etc.). Ao longo do tempo cada ciência desenvolve suas teorias independentemente,
ainda que cada uma delas assuma aberta ou dissimuladamente alguma teoria sobre
o comportamento humano. A única abordagem a tratar de maneira uniforme todas as
ciências humanas é a Análise do Comportamento via análise das agências de controle
do comportamento regido por relações condicionais entre comportamentos e consequências.
"Governo [...] sempre presente em qualquer grupo": acredito que temos evidências o bastante pra discordar que esteve sempre presente. Apesar de o foco desse livro não ser especificamente essa discussão, traz bons exemplos como ponto de partida: https://drive.google.com/file/d/1OyswpOpEJJwM4ApQ6JODIzQ-Sic6XbX1/view?usp=sharing
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