Isis Vasconcelos e a análise experimental do comportamento
de pessoas em grupos.
http://firstmonday.org/ojs/index.php/bsi/article/view/5424
Os
trabalhos de análise comportamental de práticas culturais, ou de análise
comportamental da cultura, receberam um grande impulso de uma reunião que
aconteceu em Campinas em 2005, paralela ao encontro anual da ABPMC. Em um hotel
da cidade ficaram concentrados, como jogadores de futebol em concentração nos
dias que precedem um jogo, dez cidadãos norte-americanos, uma norueguesa, um
escocês, e quatro brasileiros. A missão: avaliar o progresso desde a publicação
de “Metacontingencies in Walden Two”, de Sigrid Glenn, as objeções aos avanços
de 20 anos, e a busca de orientação para o futuro do campo. Maria Emilia Malott
e eu trabalhamos juntos na organização do evento, nos convites aos
pesquisadores e em um roteiro para organizar a discussão. Entre os convidados
estavam alguns expoentes da Análise do Comportamento, editores das revistas
mais conhecidas da área, como Jack Marr (atual presidente da ABAI), Marc
Mattaini (editor de Behavior and Social Issues) e Marc Branch (ex-editor de The
Behavior Analyst), reconhecidos então como adversários da introdução de um novo
termo técnico, a metacontingência.
Um dos
tópicos a receber maior atenção foi a falta de trabalhos experimentais de
animais em situação social. Um conceito como o de metacontingência seria mais
útil se viesse precedido de sólida base desenvolvida na pesquisa básica com
animais, argumentavam. Dez anos depois ainda esperamos por esse desenvolvimento
enquanto avançamos diretamente para a pesquisa básica com humanos.
Um ano
antes da reunião em Campinas Christian Vichi já havia apresentado sua
dissertação de mestrado na PUCSP com o primeiro experimento delineado segundo a
definição de metacontingência, publicado como capítulo de livro em 2005 e como
artigo em revista na versão em inglês. De lá até o presente dezenas de teses e
dissertações mostram variações de delineamento e situações experimentais para
estudar metacontingência, seguidos por mais dezenas de artigos publicados,
variando quanto à complexidade da situação experimental e do número de
variáveis independentes presentes. Mais recentemente tivemos algumas
iniciativas buscando procedimentos mais simples, análogos ao usado com o comportamento
operante. A dissertação de mestrado de Isis Vasconcelos, que orientei, é um
deles. Foi publicado na revista Behavior and Social Issues (link acima).
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