Operantes complexos: demonstrações de encadeamento de respostas em ratos.
O video mostra a formação de um encadeamento de respostas em um esquilo que lembra o que apresentei na reunião da Sociedade Brasileira pelo Progresso da Ciência – SBPC - ocorrida em Ribeirão Preto, Estado de São Paulo, em julho de 1964 (Todorov, J. C. “Brasilino II: uma demonstração de encadeamento de respostas”.).
Brasilino II trabalhou (e fez seu professor trabalhar) uma hora por dia durante 30 dias para completar um encadeamento de 21 componentes. O último componente era pressionar uma barra dentro da caixa experimental e receber água como conseqüência. O primeiro era deixar a caixa experimental e se dirigir para uma escada vertical que o levava para o alto de uma estante com estrutura de barras de alumínio com1, 50 m de altura, com três prateleiras. No meu site https://sites.google.com/site/jctodorov/ a primeira foto mostra sua chegada na plataforma superior, dirigindo-se em alta velocidade para uma seqüência de pinos de metal que deveria ser percorrida, um pino pela esquerda, o seguinte pela direita, etc. Outros componentes incluíam saltar um aro de metal colocado a 15 cm do piso (a parte de baixo do aro aparece na foto no alto à esquerda), correr para uma plataforma e saltar o espaço vazio até a plataforma de descida (um pedaço da primeira plataforma aparece também no alto da foto à esquerda), descer pela escada lateral para a prateleira de baixo, etc., até um labirinto que tomava todo o piso inferior, penúltimo de 21 elos da cadeia.
Brasilino II foi treinado da frente pata trás, isto é, aprendeu primeiro a pressionar a barra para beber água. Em seguida aprendeu que a pressão à barra só era seguida por água quando uma campainha estivesse soando. Em termos técnicos, na contingência tríplice água foi o estímulo reforçador primário, pressão à barra a resposta operante e a campainha o estímulo discriminativo. O próximo passo foi usar a campainha como estímulo reforçador condicionado para a resposta de sair do labirinto e dirigir-se para a caixa experimental. O rato era colocado, sem som, na saída do labirinto e o som começava a tocar quando ele se dirigia para a caixa. Da mesma forma aprendeu para que lado virar em cada esquina do labirinto (havia cerca de 15 escolhas entre esquerda ou direita que tinha que fazer). Qualquer erro fazia o som parar, e o som só recomeçava quando Brasilino II retomava o caminho certo.
Brasilino II foi inspirado no rato Barnabus, ensinado por meu professor na USP J. Gilmour Sherman,(quando estudava na Columbia University de Nova Iorque, nos anos 50).
Comparações entre ensinar cadeia para trás, como fizemos com o Brasilino II, ou para frente, como fez o colega mexicano do vídeo, tem sido publicadas:
Borges, M. M., Simonassi, L. E., & Todorov, J. C. (1979). Comparação de dois procedimentos na aquisição de cadeias de respostas em humanos. Anais da IX Reunião Anual da Sociedade de Psicologia de Ribeirão Preto, p.107.
Borges, M. M. (1982). Efeitos de dois procedimentos na aprendizagem de cadeias comportamentais. Dissertação de Mestrado, (Psicologia), Universidade de Brasília.
Borges, M. M. & Todorov, J. C. (1985). Aprendizagem de cadeias comportamentais: uma comparação entre dois procedimentos. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 1 (3), 237-248.
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